Cidade do Cabo, África do Sul: Após uma intensa negociação entre frentes contra o apartheid e o presidente Frederik de Klerk, foi autorizada pelo governo a realização da primeira manifestação popular pela causa racial autorizada desde a decretação do estado de emergência em 1986.
Organizada pelo arcebispo Desmond Tutu, a passeata foi convocada depois que a polícia sul-africana matou 23 pessoas durante um protesto no dia das eleições gerais, realizadas uma semana antes, quando maioria negra foi proibida de votar. Entre as vítimas, crianças, uma adolescente grávida e outra paraplégica.Dançando, cantando, gritando, mais de 20 mil sul-africanos ocuparam as ruas centrais da capital do país denunciando a truculência policial praticada contra os negros. Começava ali uma série de protestos, que ganharia, gradativamente, mais adesões e repercussão. O regime segundo o qual os brancos detinham o poder e os demais eram obrigados a viver separadamente estava com seus dias contados. Em 2 de Fevereiro de 1990, na abertura do parlamento, de Klerk declarou que o apartheid havia fracassado. De Klerk seguiu abolindo todas as leis remanescentes que apoiavam o regime de segregação.
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