Quando se anunciou, no Music Center de Los Angeles, que o Oscar de melhor ator tinha sido concedido a Marlon Brando por sua atuação em O Poderoso Chefão,
houve um momento tenso de expectativa. Ao invés da robusta silhueta do
vencedor, subiu ao palco uma esguia apoache. Apresentou-se aos
mestres-de-cerimônias, identificou-se como Sasheen Folha Pequena e recusou o prêmio em nome do laureado: "o Oscar carece de qualquer significado no momento em que há minorias que estão sofrendo".
O motivo era o tratamento dado aos índios americanos por Hollywood e
pela TV, e o episódio Wounded Knee, pequena cidade do estado de Dakota
do Sul onde 200 índios estavam sitiados pelas forças de segurança, após
uma série de ações de caráter reivindicatório por melhor condições de
vida nas reservas. Em seguida, ela anunciou que nos próximos dias Brando
estaria pessoalmente em Wounded Knee para prestar sua solidariedade aos
índios. O escândalo político dava um novo tom à clássica cerimônia de
entrega dos Oscars, agora formada num palco privilegiado para a
contestação.
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